Resumo
O presente artigo é o resultado de reflexões sobre o uso de imagens na Educação de Surdos em prol da construção de identidades de estudantes Negros Surdos na Educação Básica. Essa ideia surgiu a partir de discussões sobre a importância de decolonizar espaços, olhar para as diversas identidades e reconhecer as diferenças em espaços interculturais. Assim, caminhamos com pesquisadoras e pesquisadores da área da Educação de Surdos e da educação das relações étnico-raciais com o intuito de trazer sustentação teórica para as nossas discussões. Trazemos como metodologia a pesquisa narrativa, uma vez que o tema está imbricado com nossas vivências e experiências educacionais. Assim, trazemos o livro Amora do Emicida e sua potente história para analisar as potencialidades de uso das imagens ali contidas para a educação bilíngue de Surdos por meio de ações pedagógicas antirracistas. Com isso, as imagens foram debatidas a partir de uma visualidade aplicada, elementos semióticos, interatividade e identificação. Em síntese, consideramos as imagens potentes uma vez que podem ser usadas para a construção da consciência racial, discutir o racismo naturalizado em situações cotidianas, trabalhar a diversidade e o respeito. Além disso, acreditamos que elas podem contribuir para a criação de identidades dos estudantes pela identificação e diferenciação de entes culturais, identitários por meio da visualidade.