Nos últimos trinta anos, a construção de uma educação bilíngue de surdos tem sido objeto de inúmeras pesquisas, com forte predomínio na área dos estudos da linguagem. Embora esse campo seja central dada a evidente importância das línguas em todo o campo curricular, assim como nas interações de sala de aula, o ensino não se restringe a uma única demanda comunicativa e pedagógica. A educação de surdos, como a de qualquer indivíduo, se compõe de diversas áreas do conhecimento que também precisam ser pensadas a fim de se enfrentar o desafio de propiciar o acesso a um amplo letramento representado pelos diversos saberes. Tal desafio vivido em toda a esfera curricular faz com que os docentes comprometidos com a perspectiva bilíngue da educação de surdos demandem mais e mais interlocuções sobre experiências didáticas e as fontes teóricas que as sustentam. Para contribuir com essa demanda, no número atual (Espaço 59), apresentamos um conjunto de reflexões de professores do Colégio de Aplicação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (CAP-INES) com base em suas práticas de sala de aula, em diferentes segmentos e disciplinas da escola.