Resumo
A produção de materiais para a inclusão pedagógica dos alunos surdos na universidade é essencial, não só a educação inclusiva, mas também o atendimento à diversidade na surdez. As estratégias educacionais assumidas para surdos sinalizantes, seja atendendo ao bilinguismo e/ou seguindo as políticas institucionais, não se aplicam plenamente a todos os surdos e vice-versa (ex., oralizados). Assim, este trabalho teve como objetivo comparar dois guias que apresentam propostas com diferentes perspectivas para a conduta docente frente aos alunos surdos, elaborados pelas duas maiores universidades do Brasil: a maior em tamanho geográfico, a Universidade Federal Rio de Janeiro (UFRJ), Educação de surdos no Ensino Superior (CAPELLI et al., 2019), e a maior em número de alunos em 2022, a Universidade Federal Fluminense (UFF), O Guia para Atendimento Educacional no Ensino do Surdo Oralizado (CHAVES; CASTRO; ROCHA, 2022). A metodologia bibliográfica e documental foi utilizada para analisar as similaridades e diferenças dos guias, incluindo estratégias arquitetônicas, comportamentais, imagéticas e tecnologias assistivas. Os guias se apoiam na visualidade em sua forma de comunicação com estratégias a serem adotadas pelos docentes. O material da UFF descreve, ainda, laboratórios de ensino prático e em aulas síncronas/assíncronas, com leitura labial viabilizada. Conclui-se que a diferença entre os guias analisados revela a demanda por produção de materiais específicos, mas com amplitude e orientação docente que permita a conscientização de que a inclusão é um processo que deve oferecer a atenção a todo alunado surdo, com técnicas que atendam toda sua diversidade.