LIBRAS COMO CAMPO DISCIPLINAR: EFEITOS DE UMA PRODUÇÃO CULTURAL SURDA

Resumen

Este artigo discute aspectos que possibilitaram o fortalecimento e a expansão do campo disciplinar da Língua Brasileira de Sinais – Libras – no contexto acadêmico. Para tanto, sob a perspectiva de autores dos estudos disciplinares e dos estudos de línguas de sinais, desenvolve uma discussão de inspiração genealógica sobre acontecimentos e práticas que, historicamente, posicionaram as línguas de sinais como objeto de estudo. Deste modo, são identificados dez domínios que constituem esse campo disciplinar: o campo de interesses, a singularidade, a intradisciplinaridade, o padrão discursivo, as metodologias, os aportes teóricos, a interdisciplinaridade, os interditos, a rede humana e o olhar sobre si. Por fim, observa-se que a possibilidade de entender a Libras como um campo disciplinar se constitui a partir de um movimento acadêmico atento às produções culturais das comunidades surdas do Brasil e conclui-se que tal  campo se configura como importante estratégia de manutenção de uma herança linguístico-cultural da humanidade.