Abstract
Este texto tenta provocar questões
que possam ampliar o
entendimento sobre os discursos e
as práticas tradicionais estabelecidas
quanto à surdez e quanto aos
surdos, bem como ultrapassar a
mera oposição à visão médico-terapêutica,
e, sobretudo, caminhar
em direção ao reconhecimento
político da surdez enquanto diferença.
Parte da necessidade de
reconhecer a diferença não no
sentido de igualá-la à diferença
de outros grupos, numa tentativa
de “acabar com” a mesma - ou
seja, tentando “normalizar” os
surdos - nem mesmo no sentido de
dizer que eles sofrem as mesmas
limitações e restrições a que estão
submetidos outros grupos minoritários,
dominados, oprimidos, mas,
firmando um “reconhecimento político”
da surdez e dos surdos.
Esse reconhecimento político se
pode traduzir em ações que considerem
os direitos dos surdos enquanto
cidadãos e o reconhecimento
dos múltiplos recortes de suas identidades, língua, cognição, gênero, idade, comunidade, cultura etc. O tema reveste-s
importância crucial nos dias atuais a partir da denúncia de que as minorias surdas têm sido excluídas do direito de ter sua cidadania plenamente desenvolvida e sua diferença amplamente considerada. A importância desse assunto para a prática e a formulação de políticas públicas é imensa, principalmente pelo fato de que no Brasil há ainda um grande desconhecimento sobre a questão.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2020 Revista Espaço