“JÁ VIU UMA COBRA?” COMO OS GESTUANTES DE ADAMOROBE NARRAM UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL
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Palavras-chave

Literatura em língua de sinais
Narrativa de experiência pessoal
Incorporação
Língua de sinais de aldeia
Língua de sinais de Adamorobe

Resumo

Narrativas de experiências pessoais são produzidas espontaneamente por surdos em conversas informais. Mesmo quando o conteúdo não é explicitamente sobre ser surdo, o facto de ser contado em língua gestual torna-o parte legítima da literatura das línguas gestuais. As narrativas completas possuem uma estrutura tripartida, dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. Normalmente, a ação segue uma curva, com o seu pico num clímax. Além da referência inicial ao tempo e espaço, as personagens são apresentadas e participam no enredo. As línguas gestuais costumam usar a incorporação para materializar as personagens. Nas línguas gestuais africanas, poucas narrativas de experiências pessoais têm sido estudadas em relação ao seu conteúdo, exceto referências a tópicos, principalmente na língua gestual da aldeia de Adamorobe, no Gana. No presente trabalho, uma análise de narrativas sobre ataques de cobras produzidas na Língua Gestual de Adamorobe por dois surdos ilustra como essas histórias se estruturam internamente e recorrem à incorporação.

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