Perfomance e Intermidialidade em Três Propostas para o Ensino de Literatura com Alunos Surdos

Resumo

A presente comunicação tem como objetivo discutir alguns modos e práticas de experimentar a literatura com os alunos surdos adultos do curso noturno. Nesse sentido, desdobramos as duas perguntas de pesquisa: elementos de intermidialidade e performance podem ser relevantes no contato dos alunos surdos adultos com as narrativas literárias? Como tais recursos podem contribuir para criar estratégias que possibilitem uma vivência literária significativa no contexto em questão? Em nosso trabalho, então, tendo como base a complexidade do contexto estudado, optamos por seguir uma metodologia de pesquisa-ação e propor algumas atividades de leitura literária para serem aplicadas no cotidiano da sala de aula de Literatura. A turma escolhida para tal apresentação foi uma turma de Ensino Básico do 9° ano do curso noturno. As propostas realizadas tinham o interesse de observar in loco como o grupo se comportaria durante as atividades, pois torna-se fundamental o contato com os leitores para o nosso estudo, uma vez que a Literatura só se efetivaria na leitura (ZUMTHOR, 2000; COM-PAGNON, 2012). Além disso, geralmente há uma aproximação maior entre os recursos ditos lúdicos, como podem ser a intermidialidade e a performance com os pequenos leitores em formação. Sabemos ainda que os recursos oriundos das novas tecnologias permitiram outros modos de narrar e propiciaram a veiculação em maior escala de textos em língua de sinais. Nesse contexto, acreditamos que as mudanças de correntes dessas práticas ainda são bastante incipientes. Há um vasto campo de atuação que precisará ser investigado para que possamos ter um conjunto de conhecimentos acerca desse tema, tais como áreas de produção, tradução, outras possibilidades editoriais, além de como todos esses elementos dialogam com o campo da Educação, já que, em nosso país, ainda é bastante preocupante o acesso a bens culturais, sobretudo os que têm como base os alunos surdos. Por fim, indicamos que levaremos em conta fundamentalmente o diálogo entre teoria e prática, uma vez que trazemos para a discussão a fala dos próprios alunos participantes, principais atores de nosso estudo.

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