Resumo
É possível afirmar que os olhares sobre as Lideranças Surdas que fazemos na Educação Bilíngue e as representações que os surdos fazem de nós atravessam, de modo cultural, o sentimento de identidade subjetiva, social e linguística. Assim como nomear é dar realidade aos líderes surdos que entendem a necessidade da Educação Bilíngue que nós vemos, é possível afirmar que falar de um povo surdo e até mesmo de um sujeito de líder surdo é dar-lhes existência, fazê-los serem e acreditarem que são ou que existem as lideranças surdas. Assim, ser Liderança Surda é ser o que dizem que somos e ver o outro do modo como o vemos na Educação Bilíngue. Esse artigo perpassa pelas práticas, resistência, liderança e pensamento político dos líderes surdos na Educação Bilíngue. Alguns autores como Foucault (2004), Hall (2009), Coracini (2007) embasam o conceito das relações de poder que permeia o estudo de análise dos olhares de liderança surda aplicando uma nova forma de olhares sobre Educação Bilíngue. A investigação partiu da questão: Como olhar as lideranças surdas na Educação Bilíngue? Teve o objetivo de identificar e mapear as narrativas dos líderes surdos. Partindo da abordagem qualitativa do tipo entrevista-narrativa constituiu-se um corpus com as narrativas coletadas. Os resultados apontam para uma infinidade de debates e fornecem uma boa base teórica para pautar a análise dos olhares de liderança surda no contexto da Educação Bilíngue.