A (IN)VISIBILIDADE DAS MULHERES SURDAS: PROTAGONISMO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
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Palabras clave

Mulher surda; Língua de sinais; Protagonismo surdo; Raça; Feminismo surdo.

Resumen

Esta dissertação aborda a (in)visibilidade das mulheres surdas à luz do debate racial (ou diversidade biológica humana), abarcando as mulheres asiáticas/amarelas, brancas, indígenas e negras/pretas. Além da perspectiva clínica, aquela em que pessoas surdas são vistas como pessoas com deficiência auditiva, há também a perspectiva socioantropológica, que considera a mulher surda como sujeito com sua identidade cultural sendo sinalizante ou não, que permeia as discussões sobre os surdos de forma geral. Neste trabalho, ambas foram consideradas em diferentes espaços de interseccionalidade, e para tal, utilizou-se os trabalhos de Amossy (2005), Spivak (2010), Sacks (1989), Skliar (1998), Beauvoir (1949), Strobel (2008) e Perlin (2016), para trazer maior densidade sobre as questões presentes nas diferentes ondas do feminismo, bem como, para auxiliar na discussão dos dados. No que tange à metodologia, foi utilizado como instrumento de pesquisa a entrevista, realizada virtualmente devido a pandemia de Covid-19. Para tal, foi elaborado um roteiro com questões semiestruturadas, para nortear a condução das entrevistas, aplicada remotamente via Google Meet. Participaram do estudo sete mulheres surdas sinalizantes de referência, sendo uma representante de cada raça, atuantes e ativistas em prol da coletividade, protagonismo e representatividade surda, defensoras de uma identidade cultural permeada por experiências visuais. Por meio dos instrumentos, as participantes apresentaram suas narrativas acerca da sua infância, relacionamento familiar e com amigos, suas experiências no convívio com outras pessoas surdas em espaços como as associações de surdos, dentre outras temáticas, sobretudo, de como foi a luta política em defesa da língua de sinais. Considerando a importância do registro dessas histórias, registros esses, fundamentais para evidenciar a existência das reivindicações das mulheres surdas, tais como direitos linguísticos e políticos nas áreas de saúde da mulher, maternidade, mercado de trabalho e outras questões, e o árduo trabalho realizado por essas mulheres a favor da representatividade de suas comunidades. Considerando ainda, a escassez de pesquisas que se interessam em discutir sobre a temática, o presente estudo torna-se triplamente relevante, do ponto de vista social, político e científico.   

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