Abstract
Inquestionavelmente, a história da educação de surdos foi marcada pelo Congresso Internacional para o Melhoramento da Condição dos Surdos-mudos, ocorrido em Milão (1880), doravante Congresso de Milão, ou mesmo Milão. Para Foucault (2015), é a partir do a priori histórico que a arqueologia se desenha. Por isso propomos aqui um recuo histórico, a fim de encontrar vestígios e fragmentos, marcas, indícios de práticas que são produzidas a partir de narrativas cristalizadas sobre este evento italiano. Para tanto, faz-se necessário olhar para esses discursos, verdades e sentidos produzidos por um ângulo bem diferente daquele que se apresenta imponente. Tendo como metodologia a análise de fontes documentais sobre o evento, o entendemos como um acontecimento bem como um documento-monumento como nos aponta Foucault (2015).
Para questionar o que vem sendo propalado sobre este congresso histórico sem o cuidado com a leitura e estudo das fontes primárias, nos ativemos particularmente, às atas oficiais editadas por Pasquale Fornari (1880) bem como os relatórios de Ernest La Rochelle (1880) e Adolphe Franck (1880). Também buscamos estudar o relatório de Edmund Treibel (1880) e o de Arthur Kinsey (1880). Entendemos estes documentos como monumentos e pretendemos servir-nos dos conceitosferramentas foucaultianos, a saber: arquivo, a priori histórico e verdades.
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