Abstract
O artigo aponta as possibilidades de compreensão da natureza identitária bilíngue dos filhos ouvintes de pais surdos (Codas), que se constituem por situações discursivas híbridas de linguagem– língua de sinais e língua oral. Por serem ouvintes imersos em contextos dialógicos diferentes, o texto discorre sobre quando e como os Codas se reconhecem sujeitos bilíngues. Instiga-se compreender o processo de apropriação de duas línguas de modalidades linguísticas e de prestígio não equivalentes, admitindo que os seres são inacabados e, portanto, livres para experimentar a língua do outro e tudo o que ela carrega e provoca neles. A visão de alteridade assume o papel de destaque na formação constitutiva do eu e do outro, ao passo que alarga fronteiras para que os Codas se identifiquem tanto com a cultura surda quanto também com a ouvinte, num caleidoscópio de sentidos únicos.
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