Abstract
As discussões tratadas neste texto se dão em torno da política de inclusão escolar de pessoas diferentes, em especial das surdas, e das repercussões dessa iniciativa na prática curricular das escolas. Diante disso, elegemos como nosso sujeito de pesquisa o aluno surdo que freqüenta o contexto educacional inclusivo, buscando responder às seguintes questões: Como vem se dando o processo inclusivo, na visão dos alunos surdos? Há indícios de que as práticas pedagógico-curriculares venham assimilando os princípios de um ensino culturalmente engajado? Através de entrevistas, constatamos que uma parcela significativa dos participantes revelou assumir uma visão presente na cultura organizacional das escolas, em que as diferenças são tratadas como passíveis de medidas complementares e adaptadas, indicando dificuldades de dirigir o olhar para refletir sobre as possibilidades de uma prática curricular que envolva as diferentes formas de apreensão, elaboração e externalização de pensamento e, em especial, as peculiares dos surdos.