Resumo
Considerando que é na trajetividade entre natureza e cultura, entre o gesto pulsional e o meio material e sociocultural, que a função simbólica instaura o real, o artigo pretende identificar as matrizes neurobiológicas, etológicas e psicossocioculturais do imaginário, a partir do diálogo entre autores como Gilbert Durand (antropologia do imaginário), Edgar Morin (antropologia
da complexidade), Konrad Lorenz (etologia), Antonio Damásio (neurobiologia), Joseph Cambpell (mitologia) e Stanley Keleman (abordagem somática). Numa perspectiva da teoria durandiana, mostra como, por meio do processo de simbolização, que marca irredutivelmente a diferença entre o homo sapiens e os animais, o imaginário define as competências simbólico-organizacionais dos indivíduos e dos grupos, organizando as experiências e ações humanas individuais e sociais.