Resumo
A Lei 10436/02 e o Decreto 5626/05 possibilitaram uma via para o processo de institucionalização da Libras como conhecimento científico através dos cursos de Letras-Libras. Apresentamos um estudo sobre o processo de disciplinarização da Libras nesses espaços a partir de Auroux (2008; 2014) e Orlandi (2010;2013) acerca das ideias linguísticas e da mobilização de conceitos e dispositivos teóricos e analíticos da AD materialista, tais como memória e arquivo. Nosso corpus se constitui dos primeiros PPPs desses cursos e seus ementários. Buscamos compreender os sentidos sobre a Libras e a formação de professores que emergem desses documentos, bem como os movimentos de permanência, ruptura e tensão. Identificamos uma carência de investigações sobre as descrições linguísticas da Libras. Considerar a historicidade e a institucionalização nesse processo de disciplinarização é fundamental para o resgate da memória de uma língua (quase) censurada e interditada por décadas e suas projeções na formação de professores.